quarta-feira, 30 de março de 2011

Tipografia


The difference between the almost-right word and the right word
is the difference between the lightning bug and the lightning!

Mark Twain 



Tipografia

Escrita Cuneiforme
           A escrita nasce da necessidade de traduzir para símbolos a linguagem oral. Esses símbolos são tão antigos quanto o homem pré-histórico.
            No entanto, só com a civilização suméria é que esses símbolos se vão padronizar no que, apenas agora, se pode chamar de escrita. Os sumérios organizava-se em pequenas civilizações urbanas e nelas era necessário um controlo administrativo. Surgia, desta forma, a escrita cuneiforme, cunhada em placas de argila.
            Esta escrita era, inicialmente, pictórica (os símbolos eram representações – desenhos – do que se queria transmitir, por exemplo, quando se pretendia transmitir a ideia “sol”, simplesmente desenhava-se um), só mais tarde é que evoluiu para uma espécie de alfabeto em que essas representações foram simplificadas e os mais de 2000 sinais diferentes foram reduzidos a cerca de 600.
Hieróglifos egípcios
             
           Pelo seu carácter ideográfico (representação de ideias) pôde facilmente ser adaptada a outras regiões e línguas.
            Algo que os egípcios poderiam ter feito caso não tivessem, quase simultaneamente, desenvolvido um sistema próprio, também pictórico mas muito mais complicado de decifrar – os hieróglifos (“escrita dos deuses”). Esta escrita era formada por três categorias de linguagem escrita:


·               Pictogramas – desenhos que representavam coisas;
·               Fonogramas – desenhos que significavam sons;
·               Ideogramas – desenhos que representam ideias.
             

             Embora as maiores representações desta escrita estejam gravadas na pedra, é com a civilização egípcia que surgem os primeiros livros, escritos em papel (papiro).
            Mais tarde, com os comerciantes e marinheiros dar-se-á uma nova revolução na linguagem escrita: surge o sistema aramaico (de onde vai derivar o hebraico e o árabe) e fenício (antepassado do nosso alfabeto). Tratam-se de sistemas fonéticos, que por terem poucas letras eram de fácil aprendizagem que, em teoria, podiam ser adaptados a qualquer língua.


Alfabeto jónico
            E foi exactamente isso que os gregos fizeram, importaram o alfabeto fenício ao qual adicionaram as suas próprias vogais – alfabeto jónico. Esse foi o grande contributo dos gregos, as vogais. Dos gregos, passou para o Etrusco e mais tarde foi adaptado pelos romanos à sua língua e fonética.
            Inicialmente, as letras romanas escreviam-se sem acabamentos terminais, só com o aperfeiçoamento das ferramentas é que se desenvolveram as terminações – serifas. O maior contributo dos romanos foi o desenvolvimento da forma das letras, a sua estética e as relações recíprocas. Desenvolveram letras de pompa e circunstância mas também letras com formas condensadas (económicas) e até de grafia tosca (documentos redigidos à pressa).


            Os estilos praticados pelos romanos eram:
·               Capitalis Quadrata (versais cinzeladas em pedra, lápides..);
·               Rustica;
·               Cursiva (alongamento e compressão da Capitalis Quadrata, um género de letra apressada para escrever em qualquer suporte – foram as primeiras minúsculas);
·               Uncial (evolução da Capitalis Quadrata, são versais com formas pronunciadamente redondas; era o mais requintado e elegante padrão das letras latinas).

Capitalis Quadrata
É directamente deste alfabeto que nasce o nosso.


            Se olharmos à nossa volta, a tipografia está em todo o lado. Tradicionalmente associa-se tipografia a design gráfico, mas com o progresso tecnológico e acessibilidade universal de hoje em dia, tipografia já não é apenas o trabalho do tipógrafo.
            A tipografia é a escrita à mão, impressa na máquina, na mensagem de texto, no e-mail, etc. As convenções tipográficas básicas são ensinadas na escola e veiculam alguns princípios elementares: o modo de desenhar e escrever letras com nitidez, de apresentar palavras, frases e parágrafos, dispor um texto numa folha, apresentar uma carta, endereçar um envelope, entre outros.      No entanto tudo isto é muito básico, para conseguirmos passar uma mensagem, é necessário mais.
            Qualquer actividade relacionada com a comunicação requer um meio de transmissão de ideias, meio que tem de ser entendido pelo receptor. É aqui que entra a semiótica: o estudo que abrange a totalidade da comunicação humana estruturada em todas as suas diversas formas e em todos os contextos. A semiótica tem um âmbito mais alargado do que qualquer outro método porque estuda o significado de todos os símbolos da sociedade (neste caso, a linguística, a retórica, a semântica, a grafologia...).
            Se os signos que desenhamos se destinam a persuadir então temos de reconhecer as dimensões – social, moral e política – que qualquer projecto de design terá.
            A tipografia utiliza todo um conjunto de elementos para o sucesso da mensagem pretendida. A linguística, que agrega toda uma comunidade, a retórica, discurso persuasivo, a semântica, forma como manipulamos a linguagem para que faça sentido, a grafologia, estudo do significado de cada símbolo, a legibilidade, grau de nitidez que permite distinguir caracteres individuais uns dos outros, facilidade de leitura, reconhecimento das palavras e funções dos espaços e pontuação, pontuação, marcação de ritmo e realce, manipulação de espaço, para, por exemplo, dividir o texto em segmentos com sentido, mudanças de linha não arbitrárias, por motivos linguísticos ou semânticos, entre muitas outras técnicas.
 













terça-feira, 29 de março de 2011

Proposta de trabalho #1: Algumas imagens sobre o processo criativo








Proposta de trabalho #1: Música (e letra) escolhida

Wonderwall
Por: Oasis

Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now


Backbeat, the word was on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now


And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how


Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall


Today was gonna be the day
But they'll never throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you're not to do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now


And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

(2x)
I said maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

I said maybe
You're gonna be the one that saves me (3x)

Proposta de trabalho #1: Resultado Final


Capa (Wonderwall)


CD (Wonderwall)

           
      Observação:
      Esta proposta final não está completamente como originalmente pensada uma vez que o efeito pretendido não foi totalmente atingido, algo que corrigirei brevemente. No entanto, fica a imagem final (que necessita de ser ampliada para que se perceba o efeito desejado).

Proposta de trabalho #1: Recolha fotográfica






Proposta de trabalho #1: Elementos básicos da comunicação visual


            A primeira proposta de trabalho para a disciplina de Design de Comunicação Visual consistiu na criação da capa para um CD inspirada numa música à nossa escolha.
            Para atingir o nosso objectivo podíamos apenas usar os elementos básicos e técnicas da comunicação visual.

            A inspiração foi encontrada na teoria da forma (Gestalt) dada nas aulas e tentei, por um lado, a abstracção inerente da teoria e, por outro, a intenção de mascarar a ideia da primeira percepção visual usando o elemento visual mais básico: a linha.

            É aqui que surge a primeira proposta (Wonderwall), o objectivo foi utilizar uma técnica de ilusão de óptica simples, usando linhas cruzadas perpendicularmente. 

            Aproveitando a forma circular do CD pensei em fazer um projecto mais linear tanto no que diz respeito ao design como ao significado. Aprovei, ainda, o nome da música “Wonderwall” e para criar um design semelhante ao de um autêntico muro.
            Já falamos dos elementos básicos presentes na nossa primeira composição, falta agora elaborar as técnicas presentes na mesma.

            Em primeiro lugar, referir o que o objectivo principal era representar esta Wall com as seguintes características: representar a força, robustez, estabilidade características de um muro, mas ao mesmo tempo deixar espaço para a descoberta. 

            A primeira técnica usada foi a da repetição do mesmo elemento (Unidade, coesão), seguida da sequencialidade das linhas, a ordem lógica, o padrão que vai dar origem à nossa Wall. Para conferir alguma intensidade ao nosso projecto usei a técnica da distorção através do cruzamento de linhas que vão dar origem ao nome do projecto e da própria música que o criou.

            Mais literal à concepção de um muro foram a técnicas seguidamente postas em prática, a estabilidade, a regularidade e a unidade. Estas foram as técnicas que encontrei para dar sentido e até corpo ao muro. Quis transmitir uma ideia de coerência, uniformidade, rigidez que formasse um todo equilibrado.

            A imagem final tenta ainda “brincar” com o cérebro humano e a forma como ele percepciona a realidade “á primeira vista”. Não queria criar uma imagem para ser olhada uma vez e passada à frente como acontece na maioria das vezes, pretendi sim uma criação sóbria e elaborada que prendesse a atenção de quem para ela olhasse e que, de certa forma, obrigasse a um olhar mais profundo e demorado para encaixar todos os elementos e formas desta.